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Pesquisa brasileira perderá recursos

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Por IELA em 19 de outubro de 2016

Pesquisa brasileira perderá recursos

Mario Neto, de Minas Gerais será o novo presidente do CNPq

Os comitês de assessoramento do CNPq se reuniram no dia 17 de outubro com o presidente interino da entidade, Marcelo Morales (UFRJ), e o tema principal do encontro foi a repercussão dos cortes de verbas nas políticas públicas que virão com a aprovação da PEC 241 na Câmara dos Deputados. 
Já é de conhecimento comum que o CNPq  vinha tendo cortes nas receitas desde os últimos anos, mas, agora, para o ano de 2017, os professores temem que venha um aprofundamento dessa situação. O resultado imediato repercute na produção da pesquisa brasileira que, como se sabe, está em maioria nas universidades públicas (90%).
Com o corte de verbas deve haver uma redução de 20 a 30% no número de bolsas de estudos em todas as áreas. Isso significa que o baque será grande no que diz respeito à produção do conhecimento. E o pior de tudo é que ficará a cargo dos representantes de área indicar quem fica com a bolsa e quem perde. Uma difícil tarefa para aqueles que comandam a pesquisa no Brasil, pois significa deixar literalmente na mão os pesquisadores que já estão caminhando com os estudos e que poderão suspender os trabalhos por absoluta falta de condições materiais para seguir em frente.
Além dos estudantes que atuam no Brasil, aqueles que estavam no exterior com bolsas do programa Ciência sem Fronteira também terão as bolsas cortadas, uma vez que o programa foi extinto. Ainda que a maioria das bolsas fosse para estudantes de graduação, havia uma parte que ia para a pós. Sendo assim, muita gente terá de interromper as pesquisas e voltar para a casa. Possivelmente também as verbas para os pós-doutorados serão suprimidas, o que será um completo desastre para a pesquisa nacional, na medida em que inviabiliza os trabalhos dos investigadores.
O Fórum de Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas, que reúne 50 Instituições Científicas dessa área, encaminhou ao presidente interino uma nota na qual aponta que caso venha a se confirmar essa informação, colocará em colapso a formação de novos pesquisadores no país, bem como a própria ciência. “O corte de verbas para essa modalidade de financiamento seria um grande retrocesso nas ações e nas políticas desenvolvidas pela Agência e colocaria em risco um conjunto expressivo de investigações desenvolvidas em todas as áreas do conhecimento”.
Um novo presidente já foi nomeado para assumir o CNPq. É Mario Neto, da Fapemig, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais.  Ele é quem terá nas mãos executar o que pode vir a ser o maior desmonte da pesquisa nos últimos tempos. 
 

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