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Uma escola militar anti-imperialista

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Por IELA em 19 de agosto de 2016

Uma escola militar anti-imperialista

Foto: Resumen Latinoamericano

O presidente da Bolívia, Evo Morales, inaugurou no último 18 de agosto a Escola Anti-imperialista dos Povos de Abya Yala, que pretende sulear outro debate sobre a segurança das nações e dos povos, saindo definitivamente da órbita da formação via Estados Unidos ou Escola das Américas. 
A intenção é fazer com que todos os militares que quiserem passar ao grau de capitão geral das Forças Armadas cursem obrigatoriamente cursos anti-imperialistas com debate sobre teorias sociais e geopolítica. Segundo o presidente Morales é importante que aqueles que forem dirigir o trabalho dentro das Forças Armadas tenham uma compreensão latino-americana da realidade, fora dos padrões imperialistas. 
Essa proposta foi levantada pelo presidente boliviano no ano passado e será consolidada na cidade de Santa Rosa Del Paquío, em Santa Cruz, onde até bem pouco tempo estava sediado o treinamento de militares para as missões de paz da ONU. O nome da escola de formação será o de um ex-presidente boliviano eu era militar, Juan José Torres (1970- 1971). Ele foi o responsável pela expulsão do Corpo de paz dos Estados Unidos da Bolívia e sempre esteve próximo aos movimentos de esquerda. 
O trabalho de formação dos oficiais também envolverá a Nicarágua e o Equador. E um dos primeiros teóricos latino-americanos a ministrar aula é o sociólogo argentino Atilio Borón, que ficará a cargo do primeiro módulo do curso. 
Dentre as cadeiras que serão ministradas estão a Teoria do Imperialismo, Geopolítica do Imperialismo, Geopolítica dos Recursos Naturais e Estrutura Social Boliviana. 
Respondendo as críticas de que essa escola é um excesso, o ministro da defesa da Bolívia, Reymi Ferreira, afirmou: “Como eles estão acostumados a viver de joelhos, e sempre com essa perspectiva de vende-pátria de se considerar inferiores e subordinados a outras potências, isso lhes incomoda e dói. É muita luz para seus olhos que possamos querer ser soberanos e independentes”. Segundo ele, a escola militar anti-imperialista buscará construir uma nova cara para as Forças Armadas, baseada nos princípios de solidariedade e respeito ao povo. 
Evo Morales reitera que essa escola será um centro de revisão da história sobre como os países da América Latina e do mundo tem sido submetidos. “Precisamos recuperar nossa identidade”.  O mandatário da Bolívia quer chegar ao ponto no qual nunca mais um militar boliviano venha a disparar contra um civil, nem permita que estrangeiros venham e roubem os recursos naturais do país.  
Durante o anúncio da nova escola, Morales lembrou sobre a resistência centenária dos indígenas e dos movimentos sociais contra a dominação europeia e estadunidense e lamentou que ainda existam países irmãos que apoiem as ideias intervencionistas e imperialistas. “Os impérios não creem na soberania popular e tudo o querem é controlar a energia, a tecnologia, a economia e dominar o mundo. Aqui, lutaremos contra isso”. 
Com informações de Resumen Latinoamericano

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