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Jornalistas protestam no México

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Por IELA em 03 de junho de 2018

Jornalistas protestam no México

Foto: la Jornada

O México vive, desde os anos 2000, uma macabra rotina no mundo do jornalismo: o sistemático assassinato de profissionais que se dedicam a atuar na imprensa. Desde esse ano até agora já foram 140 mortes, a maioria impune. Na semana passada caiu mais um: Héctor González Antonio, tratado inclusive como um crime comum – o que os jornalistas alegam ser uma inverdade – e por conta disso dezenas de jornalistas mexicanos se concentraram em frente ao Palácio Nacional para protestar junto ao governo e exigir o fim desses crimes.
Só no ano passado, no México, foram assassinados onze jornalistas. Dessas mortes, segundo a organização Jornalistas Unidos, 60% foram causadas sob a responsabilidade de autoridades públicas. Na manifestação os jornalistas pintaram no chão da praça: “Vocês querem votos, nós queremos Justiça”, em referência aos candidatos que têm sido bastante cobrados com relação ao tema violência e perseguição da imprensa. 
Segundo os jornalistas, as eleições não parecem trazer nada de bom para a categoria, pelo contrário. Quanto mais próximas ficam, mais medo causam, porque muito mais violências podem acontecer. Para se ter uma ideia, nesse período de campanha, 105 políticos já foram assassinados, e tudo isso repercute na ação profissional dos jornalistas, que se denunciam ou divulgam determinadas coisas, também são passíveis de assassinato. Ainda conforme os jornalistas, os candidatos presidenciais os mantêm fora de suas agendas e não se manifestam sobre os assassinatos, desconsiderando a mais alta estatística de morte de jornalistas no mundo. 
“O México se transformou num dos países mais perigosos do mundo para exercer o jornalismo, que não é outra coisa senão informar o que ocorre e o estado não cumpre nem seus mais básicos objetivos de proteger os nossos companheiros”, afirmaram os manifestantes, que também se postaram com as fotos dos colegas assassinados e escreveram seus nomes no chão do Zócalo. 
“Com cada colega ameaçado, desaparecido ou assassinado só temos tido palavras vazias, o que mostra que seguem nos matando sob o resguardo do Estado”. 

Foto: La Jornada

Com informações do La Jornada
 

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