Início|Brasil|Evangelical Gun Caridade Não Está Como Nada

Evangelical Gun Caridade Não Está Como Nada

-

Por IELA em 08 de novembro de 2018

Evangelical Gun Caridade Não Está Como Nada

A Igreja converte Cristo em valor de troca, ou seja, a fé é dinheiro. Todo fundador de Igreja, seja ele qual for, lembra SãoPaulo: gestor, burocrata, empreendedor. Dir-se-ia uma mistura de Edir e João Doria. São Paulo era um esquizofrênico, um neurótico submetido à dualidade: santo e padre, gênio e corrupto. O Vaticano não sacou na década de 60 que das 3 virtudes teologais a melhor era a caridade, não a fé nem a esperança. 
O evangélico odeia a caridade porque essa virtude colide como   caráter   egoico   de   salvar-se   pelo  dinheiro   que   despreza   o sentimento de amor para com os pobres. O   barão   da   mídia   é  indissociável   do   Bishop   pregador   daesperança.
Adolf Hitler, que poderia ser um excelente pastor, não tinha nada a ver com caridade, e sim com a esperança e a fé. A   enorme   expansão   evangélica   é   o   resultado   do   caráter rentista e especulativo do atual capitalismo monopolista. Quando se abre uma igreja, adeus religião. Cada crente tem o seu Deus. É o Deus dele que não tem nada a ver com o meu. Então, o Deus é meu, pertence a mim, é minha propriedade. Deus é meu. Não é também Deus nosso. É Deus meu.
A igreja Universal do Reino de Deus é entusiasta de Israel. Vide no Rio de Janeiro o prefeito Crivella, que é um talentoso cantorsionista. 
De Rockefeller a Henrique Meirelles o  desejo recôndito da filantropia   é   matar   todos   os   pobres,  que   são   os   verdadeirosresponsáveis e causadores da pobreza. Invenção  típica  do  sistema  capitalista,   o  crédito  pressupõe que   o   homem   correto   é   aquele   que   paga.   Aí   está   no   fundo   o julgamento sobre a moralidade. Um homem rico dá crédito a um homem pobre supondo que este irá pagá-lo porque é um homem decente, e não um vagabundo sem vergonha e desonesto que não merece confiança.
Os   clérigos   e   os   magistrados   usam   palavras   pomposas   e pensamentos rasteiros. Basta perguntar para o volúvel e vaidoso Sérgio Moro se acredita ser a cadeia uma casa de correção moral.
– Doutor, aqui para nós, o senhor acha mesmo que a punição é capaz de melhorar o mundo?
O   direito   pop   do   Batman   de   Curitiba   é   o   direito   à desigualdade. Independentemente de Lula ter sido posto na masmorra, sabemos que todo julgamento é político, porque toda lei, em sua origem, é política. Juiz imparcial é mistificação.
No frasear do povo, cabeça de juiz é que nem coice de mula, ninguém sabe para onde vai. Sabe-se sim: vai é para o lado dos ricos e dos poderosos.
O que o crente preza é a fé, a fidúcia, a quem ou de quem se fia. Crédito origina-se da palavra crer, acreditar. O   instituto   de   crédito   por   excelência   é   o   banco.   Não   há diferença   entre   banco   e   igreja   evangélica.   O   credo   de   ambos, pastor e banqueiro, é menos Deus que grana. Pier Paolo Pasolini advertiu e não foi ouvido pelo Vaticano na década de 60: das três virtudes teologais a melhor é a caridade, não é a fé nem a esperança. Nazismo era fé e esperança, não existia caridade. Esta foi substituída pelo crédito: se quiser pode passar o cartão. Crédito ou débito. 
O poeta Pasolini, o novo Dante da Itália, atacou São Paulo por ter fundado uma igreja, não uma religião. Fundou uma instituição, não uma mística. Misticismo e clericalismo não são a mesma coisa. A direita provém  da  organização  clerical.  Nada pior que um  fundador de igreja.
São Paulo era um esquizofrênico, um neurótico submetido à dualidade: santo e padre, gênio e corrupto. É falso afirmar que o problema dos últimos 10 anos consiste na politização da justiça. O   tudo   por   dinheiro   de   Silvio  Santos   não   é   diferente   da escandalosa telenovelização do judiciário, ainda que Sérgio Moro não seja Tarcísio Meira.  
 

Últimas Notícias