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Dória Trumpinho Bandeirante

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Por IELA em 18 de outubro de 2018

Dória Trumpinho Bandeirante

A boçalidade é global.
Hitler também se dizia anti-establishment. 
O antônimo de fascismo é a democracia burguesa, não o socialismo. 
 
Que demagogo é João Dória? Hitler foi demagogo. Mas Dória, o ex-delfim do Alckmin, não leva o povo paulista a lugar algum. 
 
A Gestapo hitlerista foi feita por gestores madrugadores. 
 
Dória é absolutamente indiferente à pobreza, à opressão e à injustiça. 
 
Não diviso cisma na burguesia bandeirante. A história dos tucanos é a crônica dos vencedores. 
 
A burguesia bandeirante precisa de um muro da pobreza a separar São Paulo dos brasis pobres. O glamour enfático do boyzinho penteia o cabelo gestor bandeirante. Eis a morfologia fascista da celebridade televisiva. 
 
Que tragédia é a “cultura da pós-verdade”! 
 
O style Dória é o desprezo pelo passado. A história não rende voto. Fingir aquilo que não se é. De administrador de empresa a administrador do povo. Interessado mais nas galas que nos garis da prefeitura. 
 
O juiz Sergio Moro é o seu cabo eleitoral. Espera-se que a plutocracia seja venerada nas favelas. 
 
O lumpemproletariado quer virar pequeno burguês, empresário com esforço, tenacidade e muita reza. Freqüentando Igrejas mais do que lendo a bíblia. 
 
Vamos vencer na vida. 
 
No capitalismovideofinanceiro a primazia é do aparecer sob a substância. Parecer, e não ser. A persuasão para Dória não está na inteligência e sim no dinheiro. 
 
Blandicioso em seu programa de vendas na televisão, lisonjeando, acariciando os grandes empresários, eis que de súbito Dória, prefeito, torna-se um aguerrido e valente guerreiro publicitário que deseja ver sepulcrados os derradeiros vestígios de Lula e do PT. 
 
Capitalista que trabalha, Dória é o João trabalhador, o João ninguém, de que fala o samba. Nele a gestão é a administração do dinheiro, não o dinheiro. 
 
Sua boca invariavelmente oclusa é a do capital onívoro. O dinheiro pode dormir durante certo tempo, mas Dória acorda cedo, madruga que nem subproletariado do Capão Redondo. 
 
O manager cuida do capital do outro e divulga a ilusão de que a administração pode tirar o país da crise e o povo do pauperismo. Ele, o manager, o gestor, é a lâmpada de Aladim. 
 
Para os deserdados mostra que a riqueza é fruto do trabalho e da poupança pessoal. 
 
Poupe o salário, não coma, não beba, não vá ao botequim, ou senão entregue o dízimo à igreja para que você seja seu babaca retribuído no céu. 
 
Dória e Edir Macedo são siameses no lidar com o dinheiro. Não é por acaso que Trump foi votado pelos evangélicos. O banking departament é a personificação do pastor convertido em gestor, ou vice-versa. 
 
O agiota de Cristo é o pastor que fica rico sem nada produzir, por isso Edir Macedo e Dória são a expressão do dinheiro como dinheiro. 
 
Imitar o símile dos EUA. Essa imitação no entanto esbarra na situação subdesenvolvida do país. 
 
São Paulo First. Piauí que se dane. 
 
Há o perigo de um retorno do fascismo em escala mundial, que é diferente do fascismo clássico ocorrido na Itália e Alemanha. 
 
O fascismo atual justifica a classe dominante que se apresenta como elite gerencial, cuja origem está na teoria das elites de James Burnham elaborada na década de 40, depois de ter sido trotskista na década de 30. Trotsky deu-lhe um chega para lá, botou ele para correr, sacou o seu reacionarismo antes de escrever A Revolução dos Gerentes sobre o ocaso da luta de classes e da contradição entre capitalismo e socialismo.
 
O conceito de privatização foi inventado por Hitler que privatizou todos os bancos da Alemanha.
 
Dória está de olho em Steve Bannon, o assessor endolarado de Bolsonaro, mas o gringo Bannon está de saco cheio de engabelar os brasileiros.
 
O fetichismo do gestor estava na teoria burguesa da dependência de FHC contra o marxista Gunder Frank, tido como um neurótico perdedor afeiçoado a dar murro em ponta de faca.
 
 O eleitorado de São Paulo não foi idiotizado de uma hora para outra com o virago Janaína Paschoal. A coisa vem de longe. A mediocridade data da rixa dos jurisconsultos caretas e reprimidos do largo São Francisco contra os amantes Pagu e Oswald de Andrade. 
 
O dia em que Bóris Casoy estava colocando Claudio Abramo para fora da Folha de São Paulo sem direito a misto-quente, eu perguntei-lhe: Claudio, por que você não dirige a TV Cultura? 
 
– Isso é feudo do Abreu Sodré. 
 
Jornalismo, Carlos Marx tinha razão, é menos imprensa do que empresa.
 
Meu saudoso amigo Claudio Abramo já não tinha mais lugar no jornalismo jabaculê.
 

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